sábado, 18 de junho de 2011

...

Eu não lembro exatamente onde foi.
Não me lembro exatamente em que circunstância.
Não me lembro exatamente por que.
Mal me lembro se realmente aconteceu.

É como se eu estivesse dormindo esse tempo todo.
E não que agora eu tenha acordado. Por que não acordei.
Ainda estou dormindo. Ainda estou em transe.
Estou acordada dormindo. Estou acordada sem me mexer.

Eu sinto as amarras pelo meu corpo todo.
Quando grito é por que estou tentando arrancá-las. E elas me machucam.
Me machucam quando eu grito tentando arrancá-las e me machucam quando
estou quieta. Elas me machucam. Sempre machucam.

Quando me prendi à essas cordas eu pensava que eram feitas de seda.
Mas o tempo me mostrou o quanto elas são feitas de espinhos.
Espinhos que me cortam só deu respirar. Espinhos que estão sempre perfurando meu ser.
E eu sangro. Nunca paro de sangrar. Eu sangro e elas não se soltam.

Às vezes eu tenho certeza que quero me desprender delas. Mas às vezes sinto que as quero
sempre me machucando, me cortando. Desde que elas nunca saiam dali.
As lagrimas caem o tempo todo de dor. Mas logo me esqueço. Logo me acostumei com a sensação.

Eu não me lembro exatamente por que.
Não me lembro exatamente quando.
Não me lembro exatamente em que circunstância eu me prendi.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Trabalho livre

Branco.

‘’Minha cabeça é um redemoinho de ventos’’.

Meu corpo um turbilhão de energias, sentimentos, emoções.

Tá, eu não quero falar disso.

Eu fumo cigarro, sei que faz mal, tenho medo dos riscos. Mas não quero parar. Ele me faz companhia.

Eu enxergo milhões de caminhos. Mas às vezes escolho ficar parada. E não porque eu quero, é apenas o que eu consigo.

Agora o papel está em branco, o papel da minha cabeça, está em branco.

A Senhorita de Tácna vai aparecer amanhã. Espero não enlouquecer.

Apesar de estar sempre enlouquecida.

Eu odeio ficar em casa!

Eu entendo o Belisário! O papel em branco faz qualquer um gritar.

‘’O começo é sempre o pior, o mais difícil, quando as dúvidas e sensação de impotência são mais paralisantes’’.

AHHHH!

E agora?

Já sei, vou mudar a letra e o tamanho.

Eu não lembro se o tamanho certo é 11ou 12. Caramba.

Não to conseguindo sair daqui. E não que eu precise sair, porque é mais livre do que a selva, mas eu preciso sair. Acho.

Eu queria dizer um montão de coisas. Mas que egoísmo meu achar que alguém quer ouvir ou ler meu montão de coisas.

Sou intensa demais. Às vezes queria ser mais gelada.

Eu me descubro atriz. Mas depois a perco.

Eu não to enchendo lingüiça, eu juro. Geralmente quando não tenho mais nada para escrever, eu paro. Com a maior sinceridade, eu paro.

Mas, meus dedos não param. Mesmo refletindo coisas sem sentido. Eles não param.

Eu quero brigadeiro. Tenho feito brigadeiro freqüentemente. Acho que assim como o cigarro, me é companhia.

AHHHH!

Espera, agora eu quero enlouquecer. Quero espantar todos meus medos e mostrar o mais profundo, o que ninguém conhece de mim.

E quero que seja na Arte.

A licença poética é ótima não? Olha esse texto sem sentido nenhum. AH!

Fazia tempo que eu não escrevia. Apesar das vontades repentinas de fazê-lo.

To enfraquecendo. Será que meus dedos estão desistindo de me refletir?

Não sei. Mesmo.

Acho que vou parar. Minha cabeça não vai parar, mas acho que meus dedos sim.

Sabe quando você quer escrever coisas profundas? Que toquem as pessoas? Pois é, me veio essa vontade, mas é tão egocêntrico não é? Tão falso, na verdade.

Então não estou nem aí, o que eu escrevo de certa forma me toca, me é profundo. Deixa assim então.

Se todos entendessem todos, nada teria graça. Ou teria. Sei lá.

Que ridículo. Cala a boca Dani.

Olha só, achei que meus dedos estivessem parando, mas eles adoram quando eu estou toda confusa, e fazem com que isso se torne público.

Seus traidores.

Tenho muitas coisas para fazer. Acho que vou forçá-los a parar. AH!

Eu mando em vocês, traidores.

Desculpa vocês não me traíram, se vocês não me refletissem, talvez nada refletisse.

Pára, tá sem sentido. Saco.

Vou parar, está ficando sem prazer já.

Lembra? Com sinceridade, eu paro.