sábado, 18 de junho de 2011

...

Eu não lembro exatamente onde foi.
Não me lembro exatamente em que circunstância.
Não me lembro exatamente por que.
Mal me lembro se realmente aconteceu.

É como se eu estivesse dormindo esse tempo todo.
E não que agora eu tenha acordado. Por que não acordei.
Ainda estou dormindo. Ainda estou em transe.
Estou acordada dormindo. Estou acordada sem me mexer.

Eu sinto as amarras pelo meu corpo todo.
Quando grito é por que estou tentando arrancá-las. E elas me machucam.
Me machucam quando eu grito tentando arrancá-las e me machucam quando
estou quieta. Elas me machucam. Sempre machucam.

Quando me prendi à essas cordas eu pensava que eram feitas de seda.
Mas o tempo me mostrou o quanto elas são feitas de espinhos.
Espinhos que me cortam só deu respirar. Espinhos que estão sempre perfurando meu ser.
E eu sangro. Nunca paro de sangrar. Eu sangro e elas não se soltam.

Às vezes eu tenho certeza que quero me desprender delas. Mas às vezes sinto que as quero
sempre me machucando, me cortando. Desde que elas nunca saiam dali.
As lagrimas caem o tempo todo de dor. Mas logo me esqueço. Logo me acostumei com a sensação.

Eu não me lembro exatamente por que.
Não me lembro exatamente quando.
Não me lembro exatamente em que circunstância eu me prendi.

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